"Se você quiser uma visão do futuro, imagine uma bota pisando num rosto humano - para sempre." (George Orwell em "1984") Foi com imensa satisfação que tomei conhecimento, através do site da Assembléia Legislativa Do Mato Grosso Do Sul (http://www.al.ms.gov.br), do projeto de lei do deputado Antônio Carlos Arroyo relativo à prática de trotes em universidades. A maior violência de um trote, independentemente da natureza das ações que o constituam, está no desrespeito ao direito básico de simplesmente se dizer não. A caracterização da ação como de caráter vexatório ou não é um tanto quanto subjetiva, e tem importância secundária perante o fato de que uma brincadeira só pode ser considerada como tal se todas as partes envolvidas estiverem dispostas a participar, pela mais absolutamente livre e espontânea vontade. A partir do momento em que a supressão deste direito básico for considerada aceitável, só nos restará admitir que o Estado de Direito em que vivemos não passa de ilusão. Infelizmente, diversos projetos semelhantes que foram apresentados por deputados federais encontram-se praticamente parados no Congresso Nacional. Urge que os legisladores compreendam que práticas como o trote contribuem para fazer germinar as sementes de males como violência, corrupção, e todo tipo de desrespeito ao próximo. Assim, fico torcendo pela aprovação deste projeto, e parabenizo seu autor pela importantíssima iniciativa.