Venho manifestar-me contra a obrigatoriedade constitucional da prestação de serviço militar pelos cidadãos da República Federativa do Brasil. Este posicionamento não significa objeção à existência do serviço militar, e sim especificamente ao fato do alistamento ser obrigatório. Posiciono-me igualmente contra a existência de um serviço civil alternativo que também seja obrigatório. Por definição, trabalho escravo é todo aquele exercido contra a vontade do trabalhador, ou por remuneração imposta, não negociável. Serviço militar obrigatório, serviço civil obrigatório e também trabalho compulsório como mesário em eleições configuram pura e simplesmente trabalho escravo, inconstitucional e imoral. Assim, no Brasil, O TRABALHO ESCRAVO É OFICIALIZADO. Reconheço e admiro o trabalho realizado pelas diversas unidades de serviço militar, com relação à introdução de jovens brasileiros de todas as origens aos conceitos de cidania, moral e civismo, e considero igualmente válida a preparação militar recebida pelos que prestam o serviço. No entanto, o caráter obrigatório do alistamento enfeia e descaracteriza o que poderia ser, se voluntária, uma bela demonstração de nobreza, dignidade e amor ao país. Finalmente, defendo a existência de uma força militar forte, profissional, bem equipada e remunerada, e inteiramente voluntária, à semelhança de grandes forças militares como as dos EUA e do Reino Unido.